quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Estreia Sexta-Feira

Quarteto

“O declínio colectivo no gelo da entropia só compensa depois da História acontecer, ou, politicamente resumindo, no clarão atómico que será o fim das utopias e o começo de uma realidade para além do ser humano.” Heiner Müller, 1985

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(fotografia: Ângelo Fernandes)

1, 2, 3.
Começar.
Não do inicio, mas em cima de destroços. De todas as contagens que já houve. Daquilo que já ruiu ou ameaça ruir. Um muro, um ideal, uma utopia. Seja o que for. Fazer um ponto da situação. Abrir o campo de batalha para mais um corpo a corpo. Outra vez. E outra vez, também, ganhar ou morrer. Abolir a Convenção de Genebra. Nesta Guerra vale tudo. Aqui não há mesa de negociações, nem cessar-fogo possível.
Sempre houve homens e mulheres, pela razão natural, e sempre houve guerras entre eles, por razões tão complexas quanto os referentes. E relações emocionais, culturais, sociais, éticas, históricas, também. Onde estamos, neste momento? Sem ficar agarrado à História, ao que já passou, a uma cultura amontoada, a motivos que justifiquem tudo. Hoje, mesmo. Olhando de cima, para os planaltos: misturar tudo, relacionar lugares, datas, nomes – construir o nosso próprio Rizoma.
O que fica quando as ideologias morrem? De onde se retoma? Como é que nasce a ideia de que alguém decidirá por mim? Ou que posso ser eu a decidir por alguém? Quem manda? Quem quer mandar? A melhor maneira de encontrar a vítima é procurar alguém com sangue nas mãos. O sangue já não é a prova do crime, o assassino ataca de longe, friamente, enquanto as vitimas sujam as mãos para estancar a hemorragia.
Um homem e uma mulher em jogos de sexudução. Um novo terrorismo – o das emoções – sem espaço mediático ou reuniões de concelhos de segurança mas onde também há atentados, reféns e usurpações. Aqui não há bons nem maus, há ligações que são perigosas.
Este espectáculo nasce daí, do construir a partir dos escombros de um terrorismo emocional.
3,2,1.

Ficha Técnica e Artística
Co-criação e interpretação: Cláudia Jardim e José Gonçalo Pais
A partir do Texto de: Heiner Müller / Tradução: Cláudia Jardim e Victor Gonçalves a partir da tradução francesa de Jean Jourdheuil, Béatrice Perregaux e da tradução inglesa de Marc von Henning / Fotografias do cartaz: Rodrigues / Fotografias de cena: Ângelo Fernandes / Grafismo: Triplinfinito / Direcção de Produção: Pedro Pires

12 de Janeiro a 3 de Fevereiro no Hospital Miguel Bombarda
4ª a Sábado às 22h00
Reservas: 21 726 92 25 / 91 854 50 70 / producao@teatropraga.com